sábado, 15 de fevereiro de 2014

Força Rápida


Sumariamente, podemos dizer que o treino de força explosiva se deve realizar com cargas máximas e a máxima velocidade de contração muscular, para que se garanta uma suficiente ativação nervosa dos fatores intramusculares (recrutamento, freqüência e descarga dos impulsos e sincronismo das unidades motoras). Contrariamente, o treino da potência deve ser realizado com cargas médias, com máxima velocidade de execução de um determinado gesto, ação e/ou seqüência motora específica. Daí cair fortemente na esfera do treino coordenativo ou técnico. Assim se depreende que sejamos da opinião de que estas duas manifestações de força rápida não podem, nem devem, ser identificadas como sinônimos de uma mesma capacidade motora.
Se, para além do registro da força produzida, avaliarmos também o tempo do movimento, observamos uma correlação negativa entre Fmax e o tempo de movimento.
Esta correlação aumentará à medida que as cargas se aproximam do máximo individual e, por outro lado, se a resistência a vencer for baixa, a influência da Fmax diminui gradualmente e a velocidade de execução tenderá a assumir maior predominância.

FORÇA RÁPIDA SE DIVIDE EM:
1- FORÇA EXPLOSIVA MÁXIMA
2- POTÊNCIA MUSCULAR

ENTÃO:
 1- Define FORÇA EXPLOSIVA como a capacidade de obter valores elevados de força em tempo muito curto. O mesmo quer dizer que é a capacidade neuromuscular de superar com alta velocidade de execução resistências bastante altas. A força explosiva depende da velocidade de contracção muscular, em resultado da estimulação neuro-sensorial, ou seja, depende fortemente da intensidade da descarga dos impulsos nervosos. De tudo isto se deduz facilmente que a força explosiva máxima se produz na fase estática de qualquer deslocamento de uma resistência e que se a resistência for muito pequena não se pode produzir a dita força explosiva máxima.

Quanto maior é o grau de desenvolvimento da força (produzido na fase estática) mais rapidamente pode ser realizada a fase de aceleração (fase que começa precisamente no início do movimento).

A Fexp e a Fexp max, como referimos, conseguem maiores expressões de força em presença de resistências máximas ou quasi-máximas. Logo, perante cargas de tal magnitude, para além de existir uma fase estática considerável, a velocidade de deslocamento terá de ser sempre reduzida. A sua aceleração é, naturalmente, baixa, no entanto, a “intenção” de vencer essa carga tem de ser feita com grande explosividade e, assim, a velocidade de contracção muscular terá de ser máxima.
 
Há aqui que distinguir dois conceitos que muitas vezes a literatura da especialidade não tem explicitado convenientemente: uma coisa é a velocidade de execução de um movimento e outra é a velocidade de contracção muscular, que, não sendo antagónicas.
Por esta razão, para mobilizar as fibras rápidas, é necessário vencer resistências muito próximas do máximo individual, pois só assim se garante o recrutamento dessas fibras.
O número maior de estímulos por unidade de tempo é crucial que a ação muscular seja realizada de forma explosiva, logo, com uma grande velocidade de contracção muscular, lembrando que a fase isométrica  é a mais considerada neste tipo de treinamento.
 
2- POTÊNCIA MUSCULAR
Potência é igual ao produto da Força pela Velocidade (P=F.V), ou seja, o produto da Força que um segmento do corpo pode produzir pela velocidade desse segmento. A maior potência e a velocidade máxima de contração não se conseguem perante resistências ligeiras, nem quando utilizamos grandes resistências a velocidade baixa, mas quando realizamos o movimento com cargas e com velocidades intermédias.
A potência alcança os seus níveis máximos e está ainda subdividida:
3.1 – Parte em que o cume do rendimento é limitado
pela força máxima;
3.2 – Parte em que o cume do rendimento é limitado
pela velocidade máxima.
Poderemos interpretar que treinar, ao mesmo tempo, a força e velocidade na sua expressão maximal. Esta zona joga, assim, um papel determinante do ponto de vista do desenvolvimento da força e velocidade.
Embora a produção de potência seja máxima quando a força muscular é de cerca de um terço do máximo, a produção de potência aumenta à medida que o músculo se torna mais forte (a área de secção transversal aumenta), e, assim, o valor de um terço aumenta.