Sumariamente, podemos dizer que o
treino de força explosiva se deve realizar com cargas máximas e a
máxima velocidade de contração muscular, para que se garanta uma suficiente
ativação nervosa dos fatores intramusculares (recrutamento, freqüência e
descarga dos impulsos e sincronismo das unidades motoras). Contrariamente,
o treino da potência deve ser realizado com cargas médias, com
máxima velocidade de execução de um determinado gesto, ação e/ou seqüência
motora específica. Daí cair fortemente na esfera do treino coordenativo ou
técnico. Assim se depreende que
sejamos da opinião de que estas duas manifestações de força rápida não podem,
nem devem, ser identificadas como sinônimos de uma mesma capacidade motora.
Se,
para além do registro da força produzida, avaliarmos também o tempo do
movimento, observamos uma correlação negativa entre Fmax e o tempo de
movimento.
Esta correlação aumentará à medida que
as cargas se aproximam do máximo individual e,
por outro lado, se a resistência a vencer for baixa, a influência da Fmax diminui
gradualmente e a velocidade de execução tenderá a assumir maior predominância.FORÇA RÁPIDA SE DIVIDE EM:
1- FORÇA EXPLOSIVA MÁXIMA
2- POTÊNCIA MUSCULAR
ENTÃO:
1- Define FORÇA EXPLOSIVA como a capacidade de obter valores elevados de força em tempo muito curto. O mesmo quer dizer que é a capacidade neuromuscular de superar com alta velocidade de execução resistências bastante altas. A força explosiva depende da velocidade de contracção muscular, em resultado da estimulação neuro-sensorial, ou seja, depende fortemente da intensidade da descarga dos impulsos nervosos. De tudo isto se deduz facilmente que a força explosiva máxima se produz na fase estática de qualquer deslocamento de uma resistência e que se a resistência for muito pequena não se pode produzir a dita força explosiva máxima.
Quanto
maior é o grau de desenvolvimento da força (produzido na fase estática) mais
rapidamente pode ser realizada a fase de aceleração (fase que começa precisamente
no início do movimento).
A
Fexp e a Fexp max, como referimos, conseguem maiores expressões
de força em presença de resistências máximas ou quasi-máximas. Logo, perante cargas de tal magnitude, para
além de existir uma fase estática considerável, a velocidade de deslocamento
terá de ser sempre reduzida. A sua aceleração é, naturalmente, baixa, no
entanto, a “intenção” de vencer essa carga tem de ser feita com grande
explosividade e, assim, a velocidade de contracção muscular terá de ser máxima.
Há aqui que distinguir dois conceitos que muitas vezes a literatura da
especialidade não tem explicitado convenientemente: uma coisa é a velocidade de execução de um
movimento e outra é a velocidade de contracção muscular, que, não sendo
antagónicas.
Por esta razão, para mobilizar as fibras rápidas, é
necessário vencer resistências muito próximas do máximo individual, pois só
assim se garante o recrutamento dessas fibras.
O número maior de estímulos
por unidade de tempo é crucial que a ação muscular seja realizada de forma
explosiva, logo, com uma grande velocidade de contracção muscular, lembrando
que a fase isométrica é a mais
considerada neste tipo de treinamento.
2- POTÊNCIA MUSCULAR
Potência é igual ao
produto da Força pela Velocidade (P=F.V), ou seja, o produto da Força que um
segmento do corpo pode produzir pela velocidade desse segmento. A maior potência e a velocidade máxima de
contração não se conseguem perante resistências ligeiras, nem quando
utilizamos grandes resistências a velocidade baixa, mas quando realizamos o movimento com cargas
e com velocidades intermédias.
A potência alcança os
seus níveis máximos e está ainda subdividida:
3.1 – Parte em que o
cume do rendimento é limitado
pela força máxima;
3.2 – Parte em que o
cume do rendimento é limitado
pela velocidade
máxima.
Poderemos interpretar
que treinar, ao mesmo tempo, a força e velocidade na sua expressão maximal.
Esta zona joga, assim, um papel determinante do ponto de vista do
desenvolvimento da força e velocidade.
Embora
a produção de potência seja máxima quando a força muscular é de cerca de um
terço do máximo, a produção de potência aumenta à medida que o músculo se torna
mais forte (a área de secção transversal aumenta), e, assim, o valor de um
terço aumenta.