.......Além
da hipertrofia é possível que o aumento da massa muscular também seja
resultado da hiperplasia, que pode ser traduzida por um aumento no
número de células, ou fibras musculares em relação ao número original.
No entanto, a hiperplasia parece ocorrer somente em circunstâncias
especiais. O treinamento de força desenvolvido por atletas de elite de
fisiculturismo parece ser uma das condições para a ocorrência da
hiperplasia. Sabe-se que os protocolos de treinamento destes indivíduos
se constituem de volumes e intensidades muito altos e que estes atingem
um nível de hipertrofia muscular surpreendente. Ao que parece, há um
limite para hipertrofia da fibra muscular esquelética e que, a partir
deste limite, estas se dividiriam em duas fibras de menor tamanho para
continuar crescendo.
Uma das questões fundamentais da fisiologia do
exercício têm sido os mecanismos de adaptação muscular ao treinamento
de força. A resposta habitual a estas questões é o aumento do tamanho,
tanto em diâmetro quanto em comprimento, das fibras musculares
existentes. A este mecanismo dá-se o nome de hipertrofia.
.......A hipertrofia
do músculo esquelético corresponde ao aumento do volume da fibra
muscular (aumento individual da sua área transversal). Trata-se de um
fenômeno de adaptação comumente observado no tecido muscular quando
este é submetido a um regime de exercício físico como, por exemplo, o
treinamento de força ou treinamento contra resistência. O grau de
hipertrofia sofrida pelo músculo estará diretamente relacionado ao tipo
e intensidade do exercício.
.......À capacidade do
músculo esquelético de se adaptar às demandas funcionais que o
organismo impõe damos o nome de “plasticidade muscular”. Esse mecanismo
de adaptação das proteínas componentes dos miofilamentos obedece a
imposições hormonais e do exercício. Um exemplo claro e simples é a
adaptação da densidade muscular que ocorre com um homem praticante de
musculação. Com a prática contínua de levantamento de peso, observa-se
um aumento da densidade muscular. Ao contrário, um músculo que perde a
inervação, ou que é mantido imobilizado, pode sofrer um processo
chamado de hipotrofia ou atrofia muscular, que se caracteriza pela
perda da massa muscular (diminuição do conteúdo protéico da célula
muscular).
.......A adaptação do
organismo ao estímulo de sobrecarga tensional é a síntese de proteína
contrátil miofibrilar, sendo este o mecanismo mais importante para a
hipertrofia do músculo esquelético. A resposta metabólica ao
treinamento também contribui para a hipertrofia da fibra muscular
principalmente devido ao estímulo para o aumento do volume e número das
mitocôndrias e ao acúmulo de glicogênio e água. Com isso, observa-se um
aumento da resistência, aeróbia ou anaeróbia, dependendo do tipo de
esforço envolvido no treinamento. A quantidade de glicogênio pode
triplicar nos músculos adequadamente treinados e ao considerar que cada
grama de glicogênio carreia quase três gramas de água, compreende-se o
grande aumento do conteúdo de água intracelular resultante deste
processo. Por razões diversas, a sobrecarga metabólica anaeróbia
associa-se com maior grau de hipertrofia muscular do que a aeróbia. As
mitocôndrias e a vascularização aumentam na sobrecarga metabólica
anaeróbia em função da ativação paralela do metabolismo aeróbio.
.......Nos exercícios
resistidos, as sobrecargas de treinamento no músculo esquelético podem
ser facilmente manipuladas. O treinamento para força enfatiza a
sobrecarga tensional com pesos elevados e consequentemente baixas
repetições, geralmente entre três e cinco. Os intervalos entre séries
costumam ser maiores do que dois minutos. A hipertrofia ocorre
lentamente porque a síntese protéica é um processo lento e pode atingir
grande magnitude. O treinamento para resistência é realizado com cargas
menores e repetições mais elevadas, geralmente entre quinze e vinte. Os
intervalos de descanso costumam ser menores do que um minuto. A
hipertrofia ocorre mais rapidamente porque o acúmulo de glicogênio é um
processo relativamente rápido. A magnitude da hipertrofia, no entanto é
menor, pelo menos a curto prazo, visto que o processo é limitado pela
saturação do glicogênio intracelular em torno de 4,5 gr %. A perda de
volume muscular com o destreinamento é rápida, devido ao caráter não
estrutural do glicogênio e da água. A hipertrofia máxima ocorre com a
associação de sobrecargas, que pode ocorrer de diferentes formas. A
mais simples e mais freqüentemente utilizada são as repetições em torno
de dez movimentos, com intervalos entre séries entre um minuto e um
minuto e meio. A força e a resistência anaeróbia aumentam
paralelamente, justificando a utilização deste tipo de estímulo para
quase todos os objetivos do treinamento com pesos.
O estímulo adequado no tempo certo é capaz de
produzir respostas hormonais satisfatórias, especialmente no que diz
respeito ao GH (hormônio de crescimento), insulina e testosterona,
hormônios intimamente ligados à hipertrofia muscular.
.......Como descrito
acima, deve-se presumir que o fenômeno da homeostase também se aplica
ao trabalho muscular. Em todas as situações em que houver a uma maior
demanda de trabalho, se faz necessário adaptar o músculo para garantir
um equilíbrio dinâmico adaptado a uma nova realidade. Por outro lado, a
diminuição do trabalho muscular culminará na diminuição da massa
muscular que significa a resposta adaptativa, garantindo a capacitação
para o trabalho na medida de sua necessidade.
Fonte: http://www.uff.br/WebQuest/pdf/musc.htm
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